“ORIXÁS URBANOS” na Casa da Cultura

Workshop e Criação de performance em ambiente natural (“environmental performance”)

PRÊMIO FUNARTE ARTES CÊNICAS NA RUA 2009

O projeto “Orixás urbanos” composto por um workshop de 10 dias e uma performance ao ar livre será desenvolvido em Paraty entre os dias 01 e 10 de abril de 2010.

Será oferecido um workshop totalmente gratuito com 60 horas de duração para atores, bailarinos, músicos, fotógrafos e artistas visuais, que a partir dos conceitos trabalhados juntamente com a “Cia. da Ação!” criarão uma performance para ser apresentada ao ar livre. Será um trabalho totalmente participativo, com treinamento físico intensivo, de 4 a 8 horas diárias, entre treinamento e criação.

Poderão participar 20 artistas profissionais ou amadores, maiores de 15 anos. Cadeirantes e cegos, artistas ou não, desde que tenham o interesse em explorar os limites e possibilidades artísticas de seu corpo serão bem vindos.

Processo Colaborativo - Todo o processo de criação do espetáculo será feito de forma colaborativa com os intérpretes. A partir de um roteiro básico, os interpretes emprestarão suas vivencias pessoais para a criação. Todas as cenas serão compostas a partir de performances desenvolvidas pelos próprios interpretes de forma coletiva ou individual. Estas cenas agrupadas comporão o todo da encenação. O local onde será apresentada será decidido em conjunto com os intérpretes.

  1. Orixás Urbanos em Paraty - Workshop de 01 a 10/04/2010.

Aulas das 18h00m as 22h00m nos dias 01, 05, 06, 07, 08 e 09/04. Aulas das 10h00m as 17h00m nos dias 02, 03, 04, e 10/04.

Apresentação de performance dia 10/04 em local e horário a ser decidido. Todos os participantes da oficina, inclusive os fotógrafos, desenvolverão performances individuais e/ou coletivas a serem apresentadas em espaço público determinado pelo grupo. As aulas totalmente gratuitas serão dadas no auditório da Casa de Cultura de Paraty e ao ar livre

Quem pode participar? Atores, bailarinos, músicos, fotógrafos, vídeo-makers, artistas-plásticos, profissionais ou amadores, a partir de 15 anos e sem limite de idade. OBS: cadeirantes, cegos e surdos interessados em desafiar os limites do seu próprio corpo também são bem vindos.

Como fazer sua inscrição? Enviar carta de interesse e foto (se possível) para ciadaacao@hotmail.com. Explicar na carta suas experiências artísticas e seu interesse em participar deste projeto.

Prazo de inscrição: até dia 29/03

3. Módulos de Trabalho

3.1) INTRODUÇÃO A PERFORMANCE E AO “AFRO-BUTOH”:

- Com aulas teóricas e práticas, introduz o residente ao universo da performance e suas linguagens. Desde os anos 70 até hoje, passando pelas evoluções, prioritariamente da linguagem áudio-visual para a cênica.

- Introdução a dança butoh e seus principais praticantes, onde trabalharemos exercícios práticos de dança butoh e assistiremos em vídeo seus principais expoentes.

- teorias e técnicas “afro-butoh”, onde as influencias da cultura afro-brasileira e a mitologia pessoal do praticante se encontram com o butoh.

3.2) DESENVOLVIMENTO, DESCOBERTA DA MITOLOGIA PESSOAL E CONTRUÇAO DE PERFORMANCE:

-Trabalha, a partir da mitologia pessoal do indivíduo, suas relações com o meio em que vive, com suas ideologias e crenças. Em cada indivíduo seu ambiente, a influencia familiar e social, imprimem certos estímulos que ficaram marcados em todos seus atos criativos.

- Percepção e construção do seu repertorio performático, desde os órgãos internos do seu corpo até o ambiente (environment) em que está inserida a performance.

- desenvolvimento dos projetos para as performances individuais, em dupla ou coletivas.

- Reconhecimento dos ambientes onde serão apresentadas as performances.

3.3) CRIAÇÃO, ENSAIOS E APRESENTAÇÕES DAS PERFORMANCES EM ESPAÇOS PÚBLICOS DA CIDADE:

- Este módulo será dedicado a criação das performances pelos residentes. Todas as idéias de criação do trabalho serão desenvolvidas a partir da vontade pessoal do performer: local, abordagem, assunto, elementos que serão utilizados, etc.

- Serão performances individuais e coletivas de acordo com o espaço escolhido ou tema a ser desenvolvido.

4. Agregando Linguagens- Fotógrafos e Vídeo-makers

criando pontes/interfaces:

Em cada uma das cidades serão oferecidas cinco vagas extras para fotógrafos e videomakers que terão orientação especial para as linguagens de “videoenvironmentperformance” e “fotoenvironmentperformance” e acompanharão todo o processo e registrarão em imagens as apresentações.

Consideramos os fotógrafos como participantes ativos do projeto, ou seja, ele tem participação na criação e na execução do todo, incluindo os exercícios/treinamentos. Ao nosso olhar, o fotógrafo é um co-autor das performances e não meramente alguém que registra as imagens.

OBS: as expressões “fotoenvironmentperformance” e “videoenvironmentperformance” foram cunhadas pela performer e dançarina Maura Baiocchi e se referem aos registros em vídeo e foto de suas apresentações ao ar livre. Esse procedimento possibilita, portanto, novos suportes para as performances; onde as linguagens de vídeo e fotografia são meios de perpetuar a ação performática.


  1. Cia. da Ação ! e o Afro-Butoh.

A “CIA DA AÇÃO!” especializada em montar espetáculos de dança-teatro em lugares não convencionais, desde sua formação em 1997 vem desenvolvendo um intenso trabalho de pesquisa, no qual montou textos das mais variadas tendências teatrais, em lugares tão inusitados como uma estação de trem ou a escadaria de uma igreja, na rua, itinerantes em “site specific” e até mesmo em... teatros. Porém em todas as encenações o que se privilegia é a relação com o espaço e o público. Esta relação é primordial no que se convencionou a ser chamado de teatro de rua. Tanto o público quanto a organização do cenário/espaço em que se representa são veículos fundamentais para que a encenação aconteça.

Desde 2006 a companhia investiga as relações entre a mitologia afro-brasileira e a dança butoh japonesa. Partimos do mitológico e da cultura animista no Candomblé (Fogo, vento, pedra, folha, água, terra, etc.) para criarmos um espetáculo contemporâneo e relacionado ao público para quem se apresenta. A esta pesquisa chamamos de “afro-butoh”, onde a criação é possibilitada a partir da mitologia pessoal do artista. Logo todo ambiente e historia pessoal do artista é parte fundamental da criação.

Dentro dessa proposta foram desenvolvidos os espetáculos “Orishas Urbaines”, performances ao ar livre em espaços públicos, e “Orelha e Cogumelos”, peça de dança-teatro para “site specific”, vencedora do Prêmio Funarte de teatro Myriam Muniz em 2007.

“Orishas Urbaines” foi uma série de performances solo desenvolvida em diversos países europeus durante uma residência artística que Calé Miranda, diretor da companhia, fez na França juntamente com vários praticantes de butoh. Propomos então a criação dos “Orixás Urbanos”, que serão apresentações performáticas em espaços públicos de três diferentes cidades do estado do RJ. As performances serão criadas por 25 artistas de cada uma das cidades após workshop/residência artística desenvolvido pela companhia.

O workshop será totalmente gratuito para 20 performers e 5 fotógrafos/vídeo-makers.

CALÉ MIRANDA, diretor da “Cia. da Ação!” é diretor de teatro e performer, com formação entre Rio de Janeiro, Londres e Paris. Dirigiu espetáculos de autores como Shakespeare, Beckett, Ghelderode, Garcia Lorca, Heinner Müller, Arrabal, Nelson Rodrigues. Recebeu os prêmios de MELHOR DIRETOR E MELHOR FIGURINO, pela montagem da peça “Quartett” de Heinner Müller. Participou igualmente de festivais de teatro no Brasil no exterior (Rainbow Festival – Rússia,Milk-tooth festival – Croácia, XX festival du Theatre Nabeul pour Enfant- Tunísia, 2007), bem como recebeu convites para participações em festivais na Turquia, na Serbia e em Togo (África). Foi diretor artístico da “Companhia Moderna de Dança do RJ” e performer da “Stanley Hamilton Company” em Londres.

Nos domínios da dança butoh teve aulas no atelier Carolyn Carlson (Cartoucherie de Paris) com os mestres: Yoshito Ohno, Carlota Ikeda e Yoshinori Kono. No Centre Culturel Bertran Poiré com os mestres Tadashi Endo e Atsushi Takenushi. No Centre de Danse du Marais, Paris com Juju Alishina.

Dentro de sua pesquisa desenvolve uma serie de performances ao ar livre chamada “Orixás Urbanos”. Em 2006 realizou performances regularmente em Paris, na Bretanha, Normandia, na Hungria, na Sérvia e em Montenegro.

É diretor artístico da “Cia. Da Ação!” em Penedo (RJ), ganhadora do Premio Funarte Arte Cênicas na Rua 2009 para desenvolvimento do projeto “Orixás Urbanos” .

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