A CACHAÇA DE PARATY

O HISTÓRICO DA CACHAÇA EM PARATY

A história da cachaça e a história da cidade de Paraty estão interligadas no cenário histórico, cultural, social e econômico. Ambas se confundem de tal maneira, que é praticamente impossível falar de uma sem se referir a outra.
Não há como se precisar o ano exato do início da fabricação de cachaça no município de Paraty, mas é certo que ela ocorreu no começo do século XVII junto com os primeiros engenhos de cana-de-açúcar.
O solo de Paraty era considerado ideal para a plantação de cana-de-açúcar e a geografia acidentada com numerosos rios facilitava a construção de rodas d’água, indispensável para a moagem, em grande escala, da cana-de-açúcar. Esses elementos transformaram o município no maior centro produtor da bebida durante os períodos colonial e imperial.
A partir do início do século XVIII, com a prospecção do ouro nas minas gerais, Paraty dispunha do único caminho de ligação do Rio de Janeiro às minas e se transformou num dos mais importantes portos do Brasil colônia. A isso se somava a grande produção de aguardente, embarcada para a Europa como aperitivo, levada como dinheiro para compra de escravos na África e transportada para as minas para “alimentar” os escravos.
Em 1805, o Ouvidor Geral José Antonio Valente, nas Providências Administrativas, informa sobre Paraty: “Na agoa ardente tem progresso, e sobre tudo na feitoria que lhe assegura de augumento sete mil réis em pipa sobre as demais. Talvez se descubram, examinando o causal da melhoria, se do terreno, das agoas ou das lenhas ela provém. Deve regular a duas mil e seiscentas pipas por afino, e faz este artigo, 151.200$. Esta resulta de produção calculada”. Isto corresponde a 1.232.000 litros!
Em 1808, a vinda da família real para o Brasil impulsionou o comércio entre Paraty e o Rio de Janeiro, considerando que a abertura dos portos decretada por D. João VI, foi determinante para o incremento da exportação de cachaça.
Em 1820, conforme relato de José de Souza Azevedo Pizarro e Araújo, havia em Paraty 12 engenhos de açúcar e mais de 150 alambiques, com uma população aproximada de 16.000 habitantes.
Dois grandes golpes levaram à decadência da cidade. O primeiro foi a abertura da estrada de ferro D. Pedro II, em 1870, ligando o Vale do Paraíba ao Rio de Janeiro, tornando mais rápido, seguro e barato o transporte do café via ferrovia. O segundo foi a promulgação da Lei Áurea, em 1888, abolindo a escravatura. Paraty dependia muito da mão-de-obra escrava, seja para a lavoura da cana e do café; para os engenhos e alambiques; e até mesmo para a constante manutenção do caminho que cruzava a serra (Caminho do Ouro). Entretanto, em 1908, na Exposição Industrial e Comercial do Rio de Janeiro, a cidade recebeu a Medalha de Ouro com a Pinga Azuladinha, a famosa “azulada do Peroca”.
Em 1997, por iniciativa dos produtores do município que ainda insistiam em se manter nessa atividade, foi firmado um convênio de consultoria entre o Sebrae e a fundação BIO-RIO, visando melhoria do processo de produção e a reestruturação dos engenhos e da produção de cachaça em Paraty.
Com o excelente resultado das atividades desenvolvidas, em 2006, a Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça Artesanal de Paraty (APACAP), em parceria com o Ministério da Agricultura, o Sebrae, a UFRRJ, a Prefeitura de Paraty e a Emater, entre outros parceiros, desenvolve um trabalho de melhoria e aumento da produtividade no plantio de cana-de-açúcar no município. Estão sendo identificadas as espécies mais antigas ainda cultivadas na região, análise dos solos das áreas plantadas para identificação das correções necessárias e será implantado um viveiro e mudas para a realização d experimentos de implantação de novas cultivares. Junto a este trabalho, foi desenvolvido a regulamentação do processo de produção da cachaça de Paraty que resultou na certificação, junto ao INPI, da Indicação de Procedência “Paraty” para cachaça.
A Indicação Geográfica de Procedência da cachaça de Paraty vem proteger, preservar e reafirmar a tradição de qualidade e o reconhecimento da importância histórica deste produto que é uma das maiores raízes de Paraty e do Brasil.


CIRCUITO DA CACHAÇA DE PARATY – ALAMBIQUES

1. COQUEIRO
Fazenda Cabral, Cabral, Paraty
Contatos Eduardo ou Ângela | 24 3371.0016 | emello@gmail.com
http://www.cachacacoqueiro.com.br


2. CORISCO
Estrada do Corisquinho s/n, Corisco, Paraty
Contatos Cláudio | 24 3371.0894


3. ENGENHO D’OURO
Estrada Paraty-Cunha km 8, Penha, Paraty
Contatos Norival | 24 9905.8268 | norivalpenhacarneiro@hotmail.com


4. MARÉ CHEIA
Estrada do Jacú s/n, Morro do Jacú, Paraty
Contatos Osmar | 24 3371.9377

5. MARIA IZABEL
Sítio Santo Antônio, Corumbê, Paraty
Contatos Maria Izabel | 24 9999.9908 | contato@mariaizabel.com.br
http://www.mariaizabel.com.br

6. PARATIANA E LABAREDA
Sítio Pedra Branca, Estrada da Pedra Branca km 1, Ponte Branca, Paraty
Contatos Paulo Eduardo ou Case | 24 3371.6329 | cachacaparaty@hotmail.com

7. PEDRA BRANCA
Sítio Pedra Branca, Estrada da Pedra Branca km 1, Ponte Branca, Paraty
Contatos Lúcio | 24 7835.4065 | luciogamafreire@oi.com.br


Fonte: APACAP – Associação dos Produtores e Amigos da Cachaça Artesanal de Paraty
Contato APACAP: apacap@oi.com.br

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